segunda-feira, 28 de março de 2011

a encalhada

ainda ontem, cheguei a casa dos meus pais, para a (terceira) comemoração do aniversário do meu pai (não, não somos ciganos, somos africanos e no que diz respeito a festas, vai quase dar ao mesmo), quando um tio meu pergunta-me "vens sozinha?". inicialmente não percebi a pergunta, nem o ar de desapontado dele, mas depois lá atingi. foi a maneira de me perguntar, para quando a apresentação à família de um namorado.
ultimamente vejo-me em situações semelhantes a esta, com alguma frequência, algo que tenho dificuldade em perceber. até o meu pai que, durante os 8 anos da relação "montanha-russa" que mantive, sempre se mostrou desejoso para que despachasse de vez o "defunto", já me perguntou se eu vou ser encalhada e ficar para titia.
ora bem, tenho 27 anos e estou solteira há menos de um. sou uma rapariga interessante (e sem paciência para falsas modéstias), e não estou minimamente preocupada com essa possibilidade, apesar da pouca abundância de rapazes igualmente interessantes. de onde vem esta súbita preocupação? cheira-me que a culpa é do defunto que teima em assombrar-me. este nunca fez questão de me acompanhar a eventos familiares, e como tal, é bem possível que ainda pensem que ele nunca existiu, que era um namorado inventado por mim.
apesar de tudo, ficam sempre mais descansados, quando lanço a resposta preparada previamente e que não podia ser mais perfeita: "tenho muito trabalho e estou no último semestre da faculdade, por isso é muito complicado ter tempo para pensar noutra pessoa, sem prejudicar os estudos. deixa-me acabar o curso e logo trato disso". segue-se o suspiro de alívio e a constatação (errada) de que sou uma rapariga ajuizada. good girl!

1 comentário:

A-Zee disse...

A pressa é inimiga da perfeição...não vale a pena corrermos atrás do amor se o amor não correr atrás de nós! não sou fã do "destino" mas o certo é que quando seguimos a nossa vida normal, acaba sempre alguém por reparar em nós e nós nesse alguém. Amores são como as flores, têm de ser regados e há sempre um que floresce mais bonito! É aguardar pacientemente por esse florescer e agarrar o que seja mais bonito para o nosso coração...quanto aos jantares de família...a resposta feita é deveras a melhor e quando terminar o curso, vais ter mesmo muito mais tempo para reparar em "floresceres bonitos" ;)